segunda-feira, 24 de maio de 2010

"A Evolução do Aprendizado de Línguas ao longo de um Século."

Inauguro minha participação no blog com esta postagem. :)
Trata-se de um resumo de um texto de Schütz que tem o mesmo nome deste post e pode ser encontrado aqui. Comentei com Ita que tive acesso a ele através de algum tópico do nosso AVA, provavelmente em algum fórum da matéria de Inglês Instrumental. No entanto, não consigo achar mais onde foi, nem me lembro se foi aluno ou professor! Perdoem o lapso. :P
De todo modo, fica minha contribuição!

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No final do século XIX, o francês François Gouin, resolve aprender a falar alemão e se dirige a Hamburgo. Porém, ao invés de tentar integrar-se aos nativos, engaja-se no estudo profundo da gramática a fim de dominar a língua. Durante um ano se esforçou a ponto de decorar dezenas de milhares de palavras e regras gramaticais, mas a frustração foi tudo o que conseguiu ao tentar se comunicar com os nativos. Fracassado, retorna à França.

Já nos tempos hodiernos, podemos facilmente deparar-nos com pessoas igualmente capazes, sendo que uma aprende inglês num bom curso de idiomas, enquanto outra envolve-se num intercâmbio.
Depois de alguns poucos anos, o primeiro certamente estará dominando a gramática da língua e terá uma provável compreensão, mas se restringirá a conversas corriqueiras e dificilmente entrará num debate. A segunda, por outro lado, em menos de um ano estará naturalmente fluente, "pensando em inglês", apesar de não dominar as características normativas do idioma.
Eis a diferença entre learning e acquisition.

As duas histórias acima ilustram a evolução da metodologia de ensino de línguas.
Influenciados pela tendência de cada época e pelas descobertas nas áreas da Linguística e da Psicologia, três movimentos importantes podem ser descritos:

Grammar-Translation
Do século XVIII a meados do século XX, esta foi a metodologia predominante. Baseia-se na ideia de dominar a escrita da língua e suas regras gramaticais, além do acúmulo de vocabulário. É até hoje aplicada na maioria das escolas de ensino médio.

Audiolingualism
Em oposição ao método tradicional da gramática e tradução, fundamentada no behaviorismo de Skinner e no estruturalismo de Saussure, surge a valorização da língua em sua forma oral. Por volta da década de 50, linguistas sustentavam que o sujeito deveria imitar, repetir e exercitar para alcançar a comunicação plena em um idioma. Até hoje este método é bastante popular em cursinhos de inglês pelo Brasil.

Natural or Communicative Approaches
A partir da década de 70, passou-se a acreditar que o sujeito aprende de maneira muito mais eficaz quando interagindo em ambientes naturais e participando de forma ativa. Passou a ser cultivada, também, a ideia de que a linguagem é criativa — e, portanto, não deveria (nem poderia) ser memorizada.
Baseado nestas teorias (de Vygotsky, Piaget e Chomsky, respectivamente), Krashen estabelece a distinção entre estudo formal (language learning) e assimilação natural (language acquisition). No livro Principles and Practice in Second Language Acquisition, o norte-americano explica-nos o quão difícil é ensinar línguas, mas que um ambiente adequado propicia o aprendizado. Isto se daria pela assimilação subconsciente dos elementos linguísticos em contextos sociais.
Assim, hoje em dia, o ensino de idiomas deve dissociar suas atividades do plano técnico-didático e colocá-las num plano pessoal-psicológico.


SCHÜTZ, Ricardo. A Evolução do Aprendizado de Línguas ao longo de um Século. English Made in Brazil. 22 de fevereiro de 2007. Disponível em: <www.sk.com.br/sk-apren.html>. Acesso em 23 de maio de 2010.

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Vale ressaltar outros textos muitíssimo interessantes disponíveis neste mesmo site. Uma fonte de conhecimento para as mentes sedentas de nosso curso! :D

Abraço!

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