terça-feira, 13 de julho de 2010

Literatura e cinema



Quando um texto literário é adaptado, ou ainda transposto para o cinema, é comum ouvirmos ou lermos análises que tratam da fidelidade ou da infidelidade do filme em relação à obra em que se baseia. Os leitores vão ao cinema com certas expectativas em relação ao filme que, por ser outra linguagem, não necessariamente fica preso e dependente da obra. Estas expectativas são naturais, considerando que a obra literária escrita possui aspectos inerentes a sua linguagem e, talvez, não possam ser atendidas pelo cinema. No entanto o cinema pode expressar, através de seus recursos específicos, nuances e aspectos que a palavra escrita não consegue exprimir.
Ler um livro e assistir a um filme são experiências distintas. A literatura possui recursos próprios que conduzem o leitor pela trama, o tempo está em favor do leitor.
Considerando que o cinema é uma invenção recente, final do século XIX e início do século XX, e que a literatura acompanha a humanidade através dos séculos, podemos dizer que o cinema se apropriou de características da literatura e da arte dramática; além de criar suas próprias características.

Nos últimos anos, a literatura vem contribuindo de forma significativa para o cinema. São inúmeros os livros que se transformam em roteiros, e são sucessos de bilheteria em todo o mundo. “Onde os fracos não têm vez”; “O Segredo de Brokeback Mountain”; “A lista de Schindler”; “O exorcista” e, mais recentemente, “Como treinar seu dragão” só para citar alguns. Mas, não podemos deixar de citar um dos maiores clássicos da literatura mundial “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, que ganhou versão cinematográfica moderna com a assinatura do diretor inglês Tim Burton.

“Por que Alice continua fascinando tanto crianças quanto adultos?”

Considerado “o primeiro grande nome da área do realismo maravilhoso dentro da literatura infantil moderna”, Alice exerceu uma enorme influência no imaginário da sociedade atual. Os ecos da obra continuam a reverberar nas produções culturais contemporâneas. Alice apresenta-se em inúmeras figuras e produtos, de desenho animado à personagem de vídeo-game, influenciando as criações midiáticas.
A primeira adaptação de Alice para o cinema foi realizada por Cecil Hepworth, em 1903, através de uma arte que começava a dar seus primeiros passos, sob grande influência do teatro e bastante vinculada a textos escritos para expressar as falas do cinema mudo. Depois deste primeiro trabalho, a estória foi revisitada muitas vezes pela linguagem cinematográfica.

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